segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Poema de nossa Aldeia

Lugarzim besta, sô

num tem nada prá oiá

uns triêrozim istreito

cercado de mato e pé de pau

cu’as fulozinha incarnada

arrudiada de bejafrô



lugarzim das rua prifumada

das vêis chêra áio queimado

das ôtra café torrado

chêra inté dama da noite

qui o vento metido a açoite

leva consigo pra bêra da istrada



ô cantim parado

onde as moça sai suzinha

no caminho da missa, à noitinha

sem importá cum hômi marvado



arremedo da chama da vida

de muleque e bola na praça

donde a igrejinha tenta inxergá a mina

num tem ferro, num tem vidraça

só moça e véia dibruçada

na janela

oiando a vida passá



vêis em quando inda si iscuita

bem prá acolá

o rangê dum carro de boi

qui insiste num si interrá

a junta incangada puxando

os causo desse lugá



lugarzim besta, sô

das vidinha tudo piquena

qual fulozinha branquinha

miúda e prifumada

qui brota dos laranjá.

Autor-EMERVAL CRESPI-TIO ZÉ

Um comentário:

  1. Que lindooo!!!!
    Retrata com simplicidade algumas formas encantadoras que tem esse lugar chamado "Olhos D'Água"!!

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